Dia Mundial do Refugiado – 2022

Construindo Meios de Vida, fortalecendo Soluções Duradouras para que refugiados e migrantes tenham condições dignas para a reestruturação de suas vidas nas comunidades de acolhida

Criado pela ONU em 2001, o Dia dos Refugiados é celebrado mundialmente em 20 de junho. A data foi criada para que sociedade civil e nações reflitam sobre a situação em que se encontram milhões de pessoas forçadas a abandonar seus países de origem devido a perseguições, conflitos armados, efeitos da mudança climática e crises humanitárias.

Em 2022, o tema do Dia Mundial do Refugiado estabelecido pelo ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) é “Seja quem for, seja quando for, seja onde for: todas as pessoas têm direito a buscar proteção”. Este tema destaca a necessidade da garantia de direitos àqueles que tiveram que abandonar seus lares em busca de condições dignas para reconstruir suas vidas.

De acordo com o relatório Tendências Globais: Deslocamento Forçado em 2021, lançado nesta quinta-feira, 16.06, pelo ACNUR, 89.3 milhões de pessoas estão vivendo em situação de deslocamento forçado em todo o planeta. 

O Brasil acolhe refugiados de 81 nacionalidades; destes, 90% são venezuelanos. Desde 2015, mais de 5,4 milhões de pessoas saíram da Venezuela, tornando essa uma das mais recentes e maiores crises de deslocamento forçado do planeta. Segundo levantamento da Organização Internacional para as Migrações (OIM), são cerca de 300 mil venezuelanos e venezuelanas que aqui chegaram desde então, sobretudo em cidades como Boa Vista, Pacaraima e Manaus. O Brasil é o quinto destino mais procurado por essas pessoas.

Em 2016, a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) enviou o primeiro grupo de servidores humanitários para Boa Vista, capital do estado de Roraima, para a prestação de assistência emergencial. A organização foi a primeira a chegar na região, e, diante da contínua demanda, uma ação que inicialmente seria emergencial passou a ser uma missão permanente. Nasce, a Missão Roraima Humanitária.

Desde então, diferentes etapas foram se sucedendo, e a Fraternidade – Humanitária (FFHI), por ter sido a pioneira nessa resposta, participou de todas as fases e segue trabalhando no aprimoramento da ajuda humanitária ao povo venezuelano. São mais de cinco anos de atuação ininterrupta.

Desafios de uma resposta humanitária: construindo soluções duradouras

O grande desafio de qualquer resposta humanitária, no mundo todo, é encontrar alternativas para inserção socioeconômica dos refugiados na comunidade de acolhida, para que, dessa forma, eles possam se libertar do assistencialismo e reconstruir as suas vidas de forma digna. Esse cenário levou à criação do Setor de Intervenção Meios de Vidas e Soluções Duradouras, por meio do qual, diversos cursos são oferecidos no Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI) para que os abrigados tenham condições de acesso ao mercado de trabalho e possam continuar suas vidas de forma independente.

A parceria com outras instituições, que também investem na construção de soluções duradouras para os refugiados, tem sido de extrema valia para que essa meta possa ser alcançada.

Para conhecer mais sobre essa realidade, assista ao documentário Trajetória de uma Missão.

Atuação internacional da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI)

O trabalho desenvolvido no Norte do Brasil está servindo como base para futuros projetos que estão sendo desenvolvidos para implementação em novas missões da Fraternidade – Missões Humanitárias Internacionais (FMHI), onde planeja-se trabalhar com Educação em Emergências, Ecologia Humanitária e Centros de Capacitação para o Desenvolvimento.

Desde 2011, os servidores humanitários voluntários da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) vêm realizando missões humanitárias e respondendo a emergências no Brasil e em outros países. Já atuaram em catástrofes sociais, naturais e ambientais, assistência a refugiados e migrantes, em países como Angola, Argentina, Egito, Colômbia, Etiópia, Chile, Grécia, Ruanda, Nepal, Turquia, Nicarágua, Uruguai, Líbano, e Paraguai, além do Brasil.

Segue aperfeiçoando sua atuação em conjunto com as demais instituições que compõem a rede de filiadas, com base nos protocolos internacionais, e promove no Brasil, Argentina, Uruguai, Europa, e onde houver a necessidade e interesse, a capacitação de centenas de colaboradores e voluntários para o serviço em emergências e respostas humanitárias.

No ano de 2020, a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) tornou-se ponto focal no Brasil da Associação Esfera (Genebra), responsável pelo Manual Esfera, que consiste da mais antiga iniciativa no campo das normas humanitárias, testada em campo durante vinte anos. E em julho de 2021, passa a ser Ponto Focal Esfera em Portugal.

Em Abril de 2022 é convidada a compor o Conselho da Associação Esfera – Genebra como membro cooperativo quando também se torna membro do Geneva Global Hub Education in Emergencies.

Ao longo destes anos de atuação, a Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) busca aperfeiçoar suas ações e expressar valores éticos, que despertem para a fraternidade e o bem comum. Nesta trajetória, tece caminhos de amor, solidariedade, serviço voluntário e abnegado com respeito a todos que necessitem de proteção, cuidado e apoio para a reconstrução de suas vidas de forma digna, “Seja quem for, seja quando for, seja onde for”.