Encontros de Medicina Tradicional Indígena

Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI) realizou 4 encontros de Medicina Tradicional Indígena envolvendo 20 indígenas migrantes das etnias Warao, Wuayu, E’ñepa, Akawayo e indígenas locais que integram a Organização de Mulheres Indígenas de Roraima (OMIR) e a Comunidade Raposa 1, do município de Normandia, Roraima, gerando um espaço de coexistência pacífica e troca de saberes entre eles.

Tatiana Soares Peixoto, da etnia Macuxi, e Rosa Maria Cadete, da etnia Wapixana, foram as focalizadoras das oficinas e repassaram seus conhecimentos adquiridos há gerações, transmitidos por seus ancestrais.

As oficinas, que aconteceram no período de março a agosto, proporcionaram a manipulação de plantas medicinais colhidas do Horto Medicinal do CCFI para a elaboração de sabonetes, pomadas, tinturas e xaropes, possibilitando que cada participante levasse uma amostra dos produtos para seu uso medicinal.

Além de sua importância para a saúde, esse conjunto de encontros promove o diálogo interétnico e o fortalecimento da cultura ancestral indígena e pode constituir uma semente para novas possibilidades em empreendedorismo ecológico e cultural.

Boris Puerto López, servidor humanitário da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), destaca a relevância das oficinas para a manutenção, a atualização e o fortalecimento dos saberes indígenas no campo da medicina tradicional: “os encontros são muito importantes, pois permitem o repasse de conhecimentos para os indígenas que estão interessados em resgatar essas tradições”.

Um saber ancestral

Os saberes, os usos, os rituais da medicina tradicional indígena englobam prevenção, promoção e recuperação da saúde e contribuem para construir pontes com saberes milenares passados de geração em geração, que promovem autonomia e resiliência aos povos indígenas.

Tatiana, empreendedora da marca TATIPEPE de produtos medicinais, fala sobre as práticas tradicionais e a ancestralidade da medicina tradicional indígena: “Nós, Macuxi, temos a ancestralidade como riqueza de família; meu avô era rezador, minhas avós e bisavós eram parteiras e trabalhavam com ervas”.