No dia 28 de setembro é comemorado o Dia Internacional para o Acesso Universal à Informação. Neste ano, a data terá como foco o direito à informação em tempos de crise e as vantagens de ter garantias constitucionais, estatutárias e políticas de acesso público à informação, para salvar vidas, construir confiança e ajudar na formulação de políticas sustentáveis através e além da crise de covid-19.
Dentro dos abrigos sob gestão da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Comunicação presta um serviço necessário para o adequado funcionamento dos serviços aos refugiados venezuelanos que vivem nestes abrigos, os quais hoje somam mais de duas mil pessoas.
Crise sanitária e comunicação
Os direitos humanos são interdependentes e inter-relacionados. Na pandemia do novo coronavírus (covid-19), por exemplo, o direito de ir e vir foi limitado para a manutenção do direito à saúde. Para isso acontecer, entretanto, é essencial a manutenção do direito à informação.
O direito à comunicação, que inclui o acesso à informação e aos meios para produzir comunicação, é uma garantia ao indivíduo de participar ativamente das discussões na esfera pública e na sociedade civil.
A necessidade de entender os acontecimentos para planejar e prospectar um futuro diante de uma situação de crise é independente da pandemia, mas foi agravada por ela.
A informação cumpre alguns papéis essenciais numa crise sanitária, sobretudo no contexto de resposta humanitária. Os indígenas refugiados do país vizinho – das etnias Warao e E’ñepa – têm dificuldade, por exemplo, em se fazer entender nos atendimentos médicos. Por isso, a Fraternidade – Humanitária (FFHI) elaborou, junto com alguns membros das etnias, uma cartilha poliglota nos seusidiomas, em português e em espanhol.
A Comunicação é uma necessidade humana que se sobressai em qualquer grupo organizado. Para facilitar a difusão das informações das atividades dentro do abrigo, os indígenas Warao criaram uma rádio no abrigo Janokoida, em Pacaraima.
Os exemplos se multiplicam: como forma de combater a desinformação acerca da etnia Warao, os indígenas, com a orientação de colaboradores da Fraternidade – Humanitária (FFHI), também criaram um jornal comunitário no abrigo Pintolândia: Deje Nome.
Arte que transforma paradigmas
‘Nona Anonamo – Somos Todas Artesãs‘ é um documentário que busca retratar uma realidade pouco vista nas mídias tradicionais. A produção audiovisual tem como protagonista a etnia indígena Warao, que, refugiada da Venezuela, enfrenta os desafios da inadequação e marginalidade social.
A produção conta a história deste povo indígena, conhecido como Povo da Água, e sua profunda relação com a árvore do Buriti, sua importância material e espiritual.
“Me chamou atenção que é um abrigo para refugiados indígenas. Uma cultura única, mudando de país devido a fatores externos. Mostramos a relação da irmã missionária com as artesãs indígenas, em uma simbiose de culturas, uma troca de saberes – não apenas de artesanato, mas de saberes humanos, ancestrais, espirituais, femininos. Tudo isso presente dentro do abrigo dos refugiados”, comenta Salvato, diretor do filme.
“O documentário é uma visão crua do ser humano, independentemente de ser indígena ou missionário, vivendo um problema causado por fatores externos, porque eles não optaram por essa migração, e todos os dramas que isso gera, as soluções, os risos e choros dessa situação”, completa.
A força da filosofia
Em meio à avalanche de informações possibilitadas pelo acesso às mídias digitais, a Irdin Editora se destacou no período de pandemia, apresentando-se como fonte de conteúdo dos ensinamentos do filósofo espiritualista José Trigueirinho Netto, um dos fundadores da Fraternidade – Humanitária (FFHI).
Nos últimos meses, o canal oficial de Trigueirinho no Youtube teve um aumento expressivo no número de inscritos. Gerenciado pela Irdin, o canal realiza postagens semanais de palestras, além de pequenas reflexões diárias com a série ‘Pensamentos do Dia’.
Neste mesmo contexto, o canal Misericordia María TV (MMTV) vem sendo cada vez mais acessado no período atual, já que conteúdos relativos a fé, oração e meditação são alguns dos temas mais procurados na internet.
“Estes canais transmitem mensagens de fé que buscam a elevação do espírito e a aproximação com o Sagrado. Ambos têm um papel importante neste período pelo qual estamos passando, pois levam paz e esperança através da oração e ensinamentos a milhares de lares em todo o mundo, via internet”, complementa a madre María Inés de San José, monja da Ordem Graça Misericórdia (OGM).