Fraternidade – Humanitária (FFHI) lança cartilha de saúde multilíngüe para indígenas refugiados e agentes de saúde

‘Comunicação sobre Saúde com Indígenas Warao e Eñepa

Para facilitar a interação entre os agentes de saúde e os migrantes e refugiados indígenas, a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), lançou a cartilha ‘Comunicação sobre Saúde com Indígenas Warao e Eñepa’, escrita em português, espanhol e nos idiomas nativos destas etnias.

A Cartilha foi produzida com a colaboração de integrantes e lideranças da comunidade que contribuíram na elaboração do conteúdo textual, gráfico e nas traduções.

“Quando se fala de tratamento de saúde a povos indígenas, há, muitas vezes, uma dificuldade para se fazer entender – explicar qual a dor, em que lugar e desde quando, por exemplo. A cartilha é um instrumento importante e abre portas para um diálogo mais próximo entre a comunidade indígena e os agentes de saúde”, explica a coordenadora de campo do Abrigo Pintolândia, Ana Paula.

O impresso também fala sobre o direito desta população ao atendimento gratuito oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e conta com uma seção que traz dicas da medicina natural tradicional e um pouco das histórias, cosmologia, tradições e cultura desses dois povos indígenas.

Segundo a coordenadora de campo, um dos principais pontos da cartilha está na “busca pelo diálogo entre a medicina tradicional dos povos indígenas e a medicina não indígena”.

Entrega das cartilhas

Como parte do encerramento de comemorações ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, foi realizada, no dia 28 de agosto, a apresentação e entrega de cerca de 200 cartilhas pelo conselho de saúde, composto por beneficiários indígenas do abrigoPintolândia. O evento também contou com danças e cantos tradicionais.

“Teatralizaram uma cena do cotidiano Warao, no qual uma pessoa, sofrendo de algum incômodo clínico, era atendida em um posto de saúde, após a medicina tradicional, através do wisirato, o xamã Warao, não lograr a cura. Nesse diálogo entre os dois, a cartilha entrou como um instrumento de mediação”, conta Fernando Fileno, antropólogo da Fraternidade- Humanitária (FFHI).

A equipe planeja para os próximos meses realizar a entrega das cartilhas a médicos e outros profissionais da área que realizam atendimentos nos abrigos e distribuí-las também em postos de saúde, hospitais e outros espaços utilizados pelos refugiados.

‘Comunicação sobre Saúde com Indígenas Warao e Eñepa