Missão Roraima Humanitária – notícias de 15 a 21/03

Quarta 15 a terça 21 de março

Uma missa, a cargo de um monge franciscano, abriu a quarta-feira no Centro de Referência para o Imigrante (CRI). Posteriormente visitaram o local uma funcionária de ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) e um representante da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência). A primeira realiza uma investigação sobre a situação dos imigrantes venezuelanos em Roraima.

Pela tarde, um funcionário da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) finalizou a inscrição de indígenas Warao para providenciar o documento de identidade para indígenas denominado RANI (Registro Administrativo de Nascimento Indígena). Essa tarefa foi iniciada na segunda dia 13.

Uma médica do grupo Rede-Luz de Niterói, Rio de Janeiro, iniciou atendimentos de saúde no CRI. Também encaminhou dois casos a uma policlínica próxima.

Mostras de solidariedade
Na quinta-feira 16, dois indígenas de Brasília que integram o CNPI (Conselho Nacional de Políticas Indígenas) visitaram o CRI para tomarem conhecimento da situação dos Warao. Adquiriram artesanatos e filmaram testemunhos para que fossem conhecidos na capital brasileira.

Uma equipe da SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), órgão do Ministério da Saúde do Brasil, realizou trabalhos de retirada de parasitas, aplicação de vacinas e atendeu casos de crianças com varicela. Logo anunciou que continuará com essas ações semanalmente, durante três semanas. Médica da Rede-Luz acompanhou o caso de uma indígena com infecção urinária.

Missionários realizaram uma reunião com os Warao para avaliar sua participação na Assembléia Indígena de Roraima, que ocorreu no fim de semana anterior. Também se reuniram com os imigrantes não indígenas para organizar regras de conduta relacionadas à limpeza, organização da cozinha e outros detalhes do dia a dia.

Na sexta-feira 17 chegaram ao albergue um pastor da igreja Adventista do Sétimo Dia e uma voluntária da entidade privada Redes. Ambos se informaram sobre as necesidades e ofereceram sua ajuda.

Estudantes de Biomedicina do Centro Universitário Claretiano levaram, no sábado 18, doações de roupas, alimentos e brinquedos reunidos durante uma campanha solidária. Também ofereceram uma palestra sobre doenças sexualmente transmissíveis (DST) e realizaram atividades recreativas com as crianças. Mulheres Warao retribuíram com uma oferta de danças indígenas.

Pela tarde, jovens de uma igreja adventista organizaram doações de roupas e alimentos e compartilharam com os refugiados.

No domingo, os missionários dedicaram o dia para organizar doações de roupas e alimentos na Casa de São José de Boa Vista.

Em 20 de março, um canal de televisão realizou uma entrevista sobre a situação dos refugiados no CRI. Pela tarde, os missionários se reuniram com o bispo de Roraima para conversar sobre a situação dos imigrantes venezuelanos.

Códigos de harmonia
“Na segunda pela manhã, os refugiados nos receberam com uma agradável surpresa: por iniciativa própria realizaram uma limpeza a fundo da cozinha e despensa de alimentos”, destacou a missionária Clara. Explicou que esta ação surgiu depois que vários indígenas foram encontrados no sábado em estado de embriaguez. Em seguida, foram organizadas guardas durante o fim de semana para evitar tanto o ingresso de bebidas como de refugiados alcoolizados. Como reparação da má conduta do sábado, os amparados decidiram organizar o “mutirão” de limpeza.

Na terça dia 21, os missionários deram uma palestra no Instituto Federal de Roraima sobre a situação dos refugiados venezuelanos no CRI. Foi por convite de uma professora do curso de Letras, que pediu a seus alunos que realizassem um trabalho no albergue.

Ao longo dos sete dias, os missionários efetuaram coleta de alimentos em supermercados e na Feira do Produtor. Também receberam doações, tanto de alimentos como de roupas e brinquedos.

A médica voluntária da Rede-Luz prosseguiu com seus atendimentos de saúde, encaminhamentos e acompanhamentos na policlínica próxima ao CRI.