A partir do início deste ano de 2021 intensificaram-se as iniciativas, os projetos e as ações no âmbito da Coordenação de Meios de Vida – Soluções Duradouras, que é um dos setores dos abrigos geridos pela Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), em Roraima.
A inauguração do espaço do Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI) em maio, contribuiu sobremaneira para a ampliação das atividades que já vinham sendo desenvolvidas pela Fraternidade – Humanitária (FFHI) em parceria com o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e o apoio da Operação Acolhida.
Além dos servidores humanitários da Fraternidade – Humanitária (FFHI), que compartilham os seus conhecimentos em diferentes oficinas, houve ainda a ampliação de parcerias com outras instituições voltadas ao ensino profissionalizante, como a Universidade Virtual de Roraima (UNIVIRR), e a contratação de serviços oferecidos por instituições como o SENAI, SENAC, entre outras.
Cursos e Oficinas
Foram realizados diversos cursos profissionalizantes, de idiomas e oficinas técnicas, com o intuito de promover autonomia para as populações indígenas abrigadas, bem como facilitar-lhes uma possível inclusão no mercado de trabalho.
No total, 215 pessoas foram formadas em algum tipo de competência técnica, sendo 118 homens e 97 mulheres.
Dentre essas, 130 pessoas realizaram algum curso de capacitação com certificado, como informática, elétrica, corte e costura, corte de cabelo, brigadista e língua portuguesa.
Já as oficinas como pintura de tela, crochê, artefatos de cimentos, boas práticas alimentares, confecção de calçados, costura, desenho, pintura de paredes, contaram com a participação de 85 pessoas.
Incentivos que Promovem o Crescimento
Um dos jovens capacitado na oficina de confecção de calçados, contou com a doação de insumos e já partiu para o empreendedorismo.
Bruno Avilo Aritero Quinonez, Warao, de 20 anos, tão logo concluiu a oficina, já iniciou a produção de alpargartas com o material que recebeu.
A marca de calçados recebeu o nome de “Kawarao”, e está sendo vendida sob encomenda, sendo que a sua oficina está instalada no próprio CCFI.
Vale destacar também o grupo de 15 pessoas da etnia E’ñepa, que recebeu o certificado pela participação no primeiro módulo de 60 horas do curso de Língua Portuguesa.
Entre os participantes, um aluno relatou que, após aprender os diálogos básicos necessários, sentia-se mais seguro para ir a lugares, como a feira ou o hospital.
Desafios a Serem Superados
Questões que envolvem logística de transporte, expectativas de inclusão no mercado de trabalho entre os que já se capacitaram, e ainda, alguns projetos que foram suspensos em função da pandemia, são alguns dos desafios que se apresentam.
Resolver questões como essas e viabilizar a continuidade de todo o processo fazem parte das pautas de trabalho para o segundo semestre.
