Atores humanitários debatem crise migratória e refúgio em conferência mundial

Frei Luciano, gestor da Fraternidade – Missões Humanitárias Internacionais (FMHI), ministra palestras sobre a Negociação Humanitária no contexto de populações indígenas em abrigos de refugiados.

Uma extensa programação de mais de 80 sessões e uma exposição virtual, reuniu de 28 de junho a 03 de julho, em Caux, na Suiça, negociadores da linha de frente, formuladores de políticas humanitárias, acadêmicos, doadores, representantes de governos e mais de 1.350 participantes on-line, para a Conferência Mundial sobre Negociação Humanitária da Linha de Frente 2021 (World Summit on Frontline Humanitarian Negotiation), que abordou as questões atuais mais desafiadoras relacionadas à negociação humanitária.

As sessões temáticas, apresentadas em vários idiomas, trouxeram à pauta de debates questões-chave como: Negociação com Grupos Armados, Acesso à Vacinação contra a Covid-19, Mediação e Negociação Remotas, Negociação de Sequestro, Resgate e Extorsão, e as histórias narradas por aqueles que estão da linha de frente das respostas humanitárias ao redor do mundo.

Frei Luciano, gestor da Fraternidade – Missões Internacionais (FMHI) foi convidado para ministrar duas palestras sobre a “Negociação dentro do contexto de populações indígenas em abrigos de refugiados, diálogos, desafios e soluções”, que aconteceram nos dias 29 e 30 de junho.

Na primeira palestra, Frei Luciano abordou os aspectos históricos, as parcerias e a união de esforços entre os diferentes atores humanitários para a consolidação da grande força-tarefa chamada Operação Acolhida, engendrada pelo governo brasileiro como resposta à crise migratória venezuelana no Brasil.

No segundo painel temático, o gestor da Fraternidade – Missões Internacionais (FMHI) pontuou, sobretudo, as medidas desenvolvidas pela organização, com o apoio do ACNUR, da Operação Acolhida e dos demais parceiros, no desenvolvimento de projetos que superem a fase emergencial da resposta humanitária e constituam soluções duradouras adequadas à realidade dos povos indígenas refugiados, que preservem a sua identidade cultural e ao mesmo tempo, ajudem esses povos a reconquistar a sua autonomia.

“Não adianta uma agência internacional, nacional, o próprio governo ou a sociedade civil, ter boa vontade, porém, se não tem o princípio de escuta ativa junto à população, para tentar dialogar com os líderes dessa população, e juntos construir projetos que possam convergir para mitigar ao máximo o sofrimento, a precariedade e a vulnerabilidade dessas pessoas”, ressaltou frei Luciano, que também fez um importante alerta aos participantes do evento: “o timing da Resposta Humanitária não deveria ser fazer grupos de trabalhos sempre para o futuro, sempre pensando em dois, três, cinco, seis meses adiante. Porque enquanto esse tempo passa, enquanto estamos pensando em como ajudar, o sofrimento deles continua e se aprofunda, o trauma vai se enraizando e estas populações permanecem à espera de uma solução”. 

Frei Luciano finaliza a sua apresentação destacando que “o objetivo último [ da Fraternidade – Missões Internacionais (FMHI) ] é estar ao lado das populações assistidas, das comunidades e governos de acolhimento, para favorecer esses dois extremos, sem que haja conflitos, e para celebrarmos os princípios humanitários através da cultura de paz e da convivência fraterna”.

Acompanhe a palestra na íntegra: