Projeto de empreendedorismo de sucesso, nascido da dedicação e criatividade de Bruno Avilo Arintero Quinonez, a partir da formação recebida no Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI), a marca Kawarao de confecção de alpargatas está completando um ano.
Bruno, que é um jovem indígena venezuelano de apenas 21 anos, da etnia Warao, tem muitos motivos para comemorar, conforme tem dito: “Fico muito feliz em ver que as pessoas gostam do resultado do meu trabalho ‒ as alpargatas que faço com minhas próprias mãos”.
Além da qualidade do produto, ele atribui o sucesso de sua marca ao modo como trabalha: “eu faço um bom produto, com amor”.
O CCFI é gerido pela Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) e foi inaugurado há mais de um ano, justamente com o propósito de oferecer capacitação profissional aos abrigados.
“O empreendedorismo é uma das formas mais importantes para os migrantes alcançarem uma verdadeira integração social e econômica no Brasil, pois, além de recuperar a autoconfiança, abre uma oportunidade para que eles desenvolvam seus talentos e habilidades, contribuindo com seu trabalho e criatividade para o país que os acolhe.”
A frase acima é de Boris Puerto López, servidor humanitário que acompanha os ritmos dos trabalhos no CCFI, em Boa Vista, Roraima.
Para Boris, o empreendimento de Bruno é um exemplo muito positivo: “A marca Kawarao, que significa ‘Nossa Família’, é a prova viva de que apoiar um empreendimento com suporte adequado, fomentando a autonomia, a persistência e a perseverança do empreendedor, gera resultados de sucesso”.
E complementa: “mais do que isso, Kawarao é o reflexo de uma transformação de vida; no CCFI temos sido testemunhas dessa mudança, dessa transformação que se refletiu para melhor em Bruno e em sua família”.
Há mais de cinco anos que a Fraternidade – Humanitária (FFHI) vem atuando como uma frente de resposta humanitária às famílias migrantes que chegam em busca de uma nova vida. “Os projetos empresariais que desenvolvemos no CCFI estão focados em oferecer uma alternativa real para que os indígenas migrantes e nativos deem passos na construção de uma autonomia econômica que lhes permita desenvolver seu próprio projeto de vida com dignidade e gerar uma solução duradoura no quadro da atual crise humanitária”, complementa Boris.
Justamente por isso, o aprendiz e agora empreendedor Bruno agradece: “A Fraternidade – Humanitária (FFHI) sempre me apoiou desde o início, primeiro com um curso para aprender a fazer alpargatas, depois na criação da marca Kawarao, e também com materiais e espaço para trabalhar, abrindo oportunidades e me dando a orientação para avançar. Os próximos passos serão melhorar a alpargata, fazer novos modelos e seguir em frente, crescendo e melhorando a cada dia”.
Partilha de Saberes – Oficina de Alpargatas
Recentemente, Bruno, empreendedor da marca Kawarao, foi o monitor de uma oficina de confecção de alpargatas no Centro Cultural e de Formação Indígena. Cinco pessoas participaram da oficina e afirmaram que veem nesse conhecimento uma oportunidade de realizar um trabalho que lhes dê sustento e também uma forma de disseminar esse conhecimento, pois pretendem transmitir esse ofício aos jovens de suas comunidades.
Sobre essa experiência, Bruno diz: “Foi muito gratificante ter a oportunidade de ajudar outras pessoas a aprenderem a fazer o que eu faço”.
