CCFI conclui a primeira etapa do Programa de Formação Continuada para o Desenvolvimento

Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), por meio do Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI), continua unindo esforços com outras agências humanitárias na formação de migrantes e refugiados indígenas venezuelanos e brasileiros na região.

Participativa, repleta de reflexão e alegria, a primeira fase do Programa de Formação Continuada para o Desenvolvimento (PFCD) proporcionou aos participantes a oportunidade de autoconhecimento individual e coletivo utilizando jogos com dinâmicas dirigidas.

O servidor humanitário e coordenador do CCFI, Imer, explica que “este é o terceiro ano que o Centro Cultural abre suas portas, dando continuidade ao seu projeto através do PFCD, programa que oferece possibilidades aos povos indígenas que estão residindo aqui, tanto dentro como fora dos abrigos, ou em comunidades indígenas locais, como em alguns casos, para que possam acessar diferentes oportunidades de capacitação, seja através de cursos com perfil técnico ou com saída profissional”.

Programa de Formação Continuada é constituído por três fases. Na primeira, é abordado o aspecto vocacional e motivacional para que, neste novo contexto, os beneficiários possam optar por fortalecer sua história de vida com novos conhecimentos.

Fraternidade – Federação Humanitária (FFHI) realizou este ano, no programa 2023, algumas atualizações para oferecer capacitação básica em um aspecto fundamental — o idioma português— e também em inclusão digital através da tecnologia, informática e algum curso técnico, para depois desenvolver um treinamento avançado que forneça ferramentas que preparam para o mercado de trabalho. Este último destina-se àqueles que aspiram ter acesso a essa possibilidade, bem como a quem pretende empreender ou obter aconselhamento e treinamento para formar coletivos, seja uma associação ou cooperativas.

Este ano houve primeiro uma etapa de divulgação, tanto presencial como digital, depois a fase de inscrição e matrícula. Neste momento são aproximadamente 90 inscritos e 170 interessados, pois também é oferecida a possibilidade às pessoas que estão interessadas em simplesmente fazer um curso com saída profissional ou algum outro tipo de curso para fortalecer o que já sabem. Os cursos serão ministrados tanto no CCFI quanto nas instituições parceiras que oferecem cursos técnicos.

“Vale notar que este ano conseguimos a adesão principalmente de jovens que estão tentando construir seu futuro neste novo país, o que muito nos alegra e nos motiva a continuar trabalhando para responder a essa necessidade”, complementa Imer.

Sobre a metodologia utilizada na formação, o servidor humanitário Michael explicou que foram trabalhados dois módulos: “procuramos ajudá-los a encontrar seu propósito, sua razão de ser, buscar um pouco mais dentro de si, saber o que é que os apaixona, o que eles resgatam de dentro de suas memórias para poder transferi-lo para o coletivo. E, no segundo módulo, trabalhamos precisamente como integrar esta parte do indivíduo ao coletivo, procurando trabalhar em equipe, como fazer parte de uma comunidade, neste caso a comunidade irmã que os acolheu”.

Relatos de experiências dos participantes indígenas

Evelyn, indígena da etnia Taurepang, expressou que “esses cursos que estão sendo dados estão nos motivando e eu também quero motivar outras pessoas, para poder incutir nelas que temos que ir em frente, porque sabemos que é muito difícil, mas não impossível”.

Juan de la Cruz, da etnia Warao, 34 anos, diz que durante o curso foram apresentados dois vídeos que o motivaram muito: “Uma pessoa deu a mensagem de que tudo é possível, que tudo pode ser alcançado com esforço. E também que devemos ajudar a nós mesmos”. Concluiu exclamando:  “Onde há unidade, há força”.