CCFI promove intercâmbio sobre Agrofloresta para indígenas Pemons-Taurepangs

Pemon-Taurepang

Provenientes de comunidades transfronteiriças, que ocupam territórios localizados entre Brasil/Venezuela, os indígenas pemons-taurepangs chegaram à cidade de Boa Vista, Roraima, e logo se organizaram, formando a Associação de Migrantes Indígenas em Roraima (Amir).

Empreendedorismo, música e agroecologia são os três eixos das atividades dessa etnia de indígenas empreendedores, que foram em busca de novos parceiros para os projetos de desenvolvimento das suas comunidades.

A parceria com a Fraternidade – Humanitária (FFHI)

Foi assim que fizeram contato com o Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI), que é gerido pela Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) e oferece às populações indígenas migrantes presentes em Roraima um caminho na busca de Soluções Duradouras e Meios de Vida.

No início de junho, os servidores humanitários presentes na Missão Roraima fizeram uma visita às comunidades dos taurepangs para apoiar a Amir na apresentação da proposta de projetos, já incluindo a ideia de autossustentabilidade para suas comunidades.

“Desde o início, os indígenas pemons nos mostraram que, além de preservar sua cultura, linguagem e costumes, eles buscam progredir e levar desenvolvimento para suas comunidades”, relatou o servidor humanitário Imer, que os tem acompanhado.

Presente também no acompanhamento indígenas está frei Thomas, monge da Ordem Graça Misericórdia, que explica: “Dentro desse plano deles de desenvolvimento das comunidades, surgiu o tema da agrofloresta. Foi assim que eles se interessaram em conhecer a Comunidade-Luz Figueira e em fazer um intercâmbio de dois meses de aprendizado no nosso sistema de agrofloresta”.

A Formação em Agrofloresta na Comunidade-Luz Figueira

“A ideia é que essa formação não seja só sobre plantação, mas que eles possam ver como a Comunidade-Luz Figueira faz, que é uma coisa relativamente ampla”, declarou Imer.

O que foi confirmado por Frei Renatto, responsável pela formação e coordenador do Setor Plantios da Comunidade-Luz Figueira, em uma das reuniões realizada de forma online: “Trabalhamos com sistemas mais integrados, nesse âmbito dos plantios, da água, das sementes, das formas de processamento, conservação, elaboração de alimentos, produção de hortaliças ‒ é um campo muito rico”.

Foi assim que, com o projeto firmado e constituído, em 07 de julho, os indígenas pemons-taurepangs Ovélio Rodrigues César, Joan Keysler Delfonzo Fernández e Pablo José Delfonzo Fernandez chegaram à Comunidade-Luz Figueira, em Minas Gerais, para uma experiência de dois meses no sistema de agrofloresta.

”Nosso objetivo é aprender mais sobre agroecologia para compartilhar com a nossa comunidade que está no Brasil, e esperamos também contribuir com nosso conhecimento”, disse Ovélio Rodrigues, logo que chegou à Comunidade-Luz Figueira.

Frei Renatto concordou, afirmando: “Seguramente será um intercâmbio de conhecimentos. De nossa parte estamos totalmente abertos para um nível de experiência bem rica, uma vivência prática bem integrada”.