Com o agravamento das crises humanitárias em todo o mundo, a ação humanitária tem se tornado cada vez mais uma iniciativa de crucial importância. É assim que, desde 2008, o Dia Mundial Humanitário vem sendo celebrado em 19 de agosto, como forma de valorizar todos aqueles que dedicam suas vidas a ações humanitárias, à promoção da paz, ao serviço abnegado de intervenção assistencial nas crises geradas por desastres climáticos, conflitos armados ou situações socioeconômicas.
A Escolha do Dia
O dia 19 de agosto foi escolhido em memória do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, e de outros 21 funcionários, que, durante uma missão de paz, em 2003, foram mortos em um ataque a bomba ocorrido nas instalações da ONU, em Bagdá, no Iraque.
Servidores Humanitários da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI)
Nos últimos 10 anos, os servidores humanitários da Fraternidade – Missões Humanitárias Internacionais (FMHI) atuaram em 24 missões nacionais e internacionais, em países como Etiópia, Ruanda, Nepal, Turquia, Egito, Nicarágua, Argentina, Uruguai, Colômbia, Líbano, Angola e Paraguai, além do Brasil.
Com dedicação constante, imbuídos de fazer o bem, esses servidores humanitários atuam de forma neutra, genuína e transparente, combinada com o aprender e o compartilhar contínuos, a partir do conhecimento empírico e das capacitações nas normas humanitárias internacionais aplicadas nas respostas humanitárias, sociais e em catástrofes ambientais (Esfera , INEE, CCCM e CCHN Frontline Negotiation). São integralmente dedicados a servir à agenda humanitária global onde quer que a Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) venha a intervir.
Algumas das Ações da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) pelo Mundo
A atual prioridade das ações na Europa e na África é buscar o diálogo e a escuta atenta, para, em seguida, executar as ações necessárias em conjunto com as comunidades locais, populações e governos. São elas:
- Soluções duradouras que devolvam a dignidade e aumentem a autonomia através da produção de alimentos e misturas nutritivas com base em experiência adquirida desde 1987, estabelecimento de centros de capacitação, carpintaria, padaria e iniciativas agroecológicas para autossustentabilidade das populações afetadas.
- Capacitações para atores humanitários, agentes governamentais, sociedade civil, populações afetadas e comunidade de acolhimento, ampliando o horizonte de expetativas e proporcionando uma melhor resposta às crises humanitárias, a partir de normas debatidas e validadas pela comunidade internacional humanitária.
A Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) desenvolve projetos junto às comunidades locais e atores que já desempenham um papel nas respostas locais e sociais. Atua em diferentes fases das crises humanitárias, com foco na negociação e no diálogo para melhorar as condições e atender às populações afetadas, incluindo soluções duradouras a médio e longo prazo nos seguintes setores de intervenção:
- Educação em situações de emergência e respostas humanitárias;
- Primeiros socorros em Psicologia de Emergência e Trauma;
- Coordenação e Gestão de Campo de Refugiados (Camp Coordination and Camp Management – CCCM);
- Articulação em gestão, diálogo e negociação humanitária visando soluções e elaboração de estratégia;
- Capacitação humanitária;
- Construção conjunta de soluções duradouras e meios de vida.
Missão Angola Humanitária
O foco dessa missão foi o auxílio à Obra de Caridade da Criança Santa Isabel – OCSI. As atividades realizadas pelos servidores humanitários nessa missão foram de manutenção dos ambientes, oficinas de artesanato, atividades artísticas e recreativas e programas de educação, prevenção e promoção da saúde.
Missão Roraima Humanitária
Com atuação permanente desde 2016, a Missão Roraima é uma resposta humanitária aos milhares de venezuelanos que, em função da crise vivida em seu país, cruzam a fronteira em busca de um recomeço.
Nessa missão, os servidores humanitários estiveram presentes nas atividades dos abrigos por cinco anos, sendo que em maio de 2021, por iniciativa da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), foi inaugurado o Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI), em parceria com a Operação Acolhida, e as ações agora estão com foco na promoção de soluções duradouras, oferecendo formação nas mais diferentes áreas com o intuito de preparar a população atendida para o mercado de trabalho, além de incentivar expressões artísticas como meio de preservação da cultura das diferentes etnias indígenas que participam das capacitações.
Missão Bahia Humanitária
O Comitê de Gestão da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) enviou um grupo de servidores humanitários à região afetada pelas chuvas no sul da Bahia, com o objetivo de somar esforços com as organizações que já estavam atuando localmente, dando apoio à continuidade de prestação de auxílio a essas comunidades atingidas com alto nível de vulnerabilidade e que ainda necessitavam de assistência direta.
As tarefas desenvolvidas pelo grupo de servidores foram:
Capacitações nos Protocolos Esfera e nos Protocolos de Proteção e os Requisitos Mínimos para Educação em Emergência; capacitações teóricas e práticas baseadas na Psicologia de Emergência; oficinas vivenciais; mutirões de pequenos reparos, limpeza, pintura e revitalização de espaços internos e áreas dos plantios e atuação com educação de base comunitária orientada à superação dos traumas.
Na Europa
Em maio de 2021, foi fundada a Fraternidade – Missões Humanitárias Internacionais (FMHI) Genebra, para ampliar os serviços humanitários em âmbito mundial e principalmente em toda a Europa.
A participação dos servidores humanitários tem crescido nessa região tanto por meio de treinamentos ‒ como a Capacitação de Introdução às Normas Humanitárias Esfera na Europa, que estão acontecendo em Portugal ‒ quanto pela participação em eventos ‒ como a Semana de Redes e Parcerias Humanitárias, que aconteceu em maio passado, em Genebra.
Ação Humanitária como Expressão da Paz
O objetivo da ação humanitária instituída pela Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) é fazer o bem, promover a paz, atuando com neutralidade, imparcialidade e independência, respeitando a manifestação e a expressão cultural dos diferentes povos.
Nas palavras de José Trigueirinho Netto, um dos fundadores da organização, a ação humanitária “realizada com a aspiração de harmonia e ordem, sem nenhum interesse, apenas o de expressar a caridade, abre portas para os seres que estão em situações muito difíceis e colabora na ativação interna do seu potencial”.
