Ação Chaco – Retomando o contato com as comunidades de povos originários do Chaco.

Após vários meses de restrições sanitárias pela Covid-19, e em função das aberturas que estão acontecendo na Argentina, surgiu a proposta de realizar uma ação de serviço grupal com os membros da Rede-Luz  Argentina. O lugar escolhido para retomar essas ações foi Resistência, Chaco. Desde o ano de 2016, a Fraternidade –  Missões Humanitárias Internacionais (FMHI) levou adiante diferentes instâncias de trabalho humanitário com as comunidades das etnias Qom e Wichi. Essa instância de trabalho foi denominada Ação Chaco, porque foi organizada como uma tarefa de serviço, de retomar os vínculos com as comunidades Qom e não propriamente como uma “missão humanitária”.

Rede-Luz Argentina

Trinta colaboradores dos grupos de oração da Rede-Luz Argentina se ofereceram para participar do serviço. Eles viajaram a Resistência, Chaco, para participar da tarefa de maneira presencial. Também foram reunidas doações de todos os pontos da Argentina. O grupo se organizou para visitar três comunidades Qom já conhecidas: Cacique Pelayo, Puerto Tirol e Costa Iné. Nas três comunidades, a pauta foi fazer visitas domiciliares, reunir as crianças e fazer dinâmicas de jogos e fantoches; realizar um levantamento das necessidades para futuras intervenções; compartilhar e conversar com pessoas que a Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) atendeu em oportunidades anteriores. Um centro de artesanato Qom, cujas peças são feitas em argila, também foi visitado, o que surpreendeu agradavelmente a todos pela beleza das peças.

Foram três dias intensos de trabalho interno, de calor e mosquitos, de risos, jogos e crianças, mas também de conversas, de estreitar laços com os membros dessas comunidades. Uma das colaboradoras, Jorgelina, da cidade de Mar del Plata, que se aproximou de nosso trabalho durante o isolamento, e que participou pela primeira vez de uma atividade de serviço presencial, nos relatou que “foi minha primeira ação e foi uma experiência inesquecível. Me mobilizou muito a fraternidade e a irmandade sincera que se manifestaram nos encontros com nossos irmãos das comunidades indígenas. Impulsos de amor inapagáveis. Destaco a unidade, o compromisso, a harmonia e a alegria interna que se viveu como grupo entregue ao Serviço. Aprendemos muito com a presença, a contribuição e suporte do servidor humanitário, Imer, que levará, sem dúvida, a outro ponto a nossa forma de realizar o serviço.”

Aprendendo a ver  com os olhos dos Povos Originários

Relato de um colaborador de Buenos Aires:

“São 11h de um dia de domingo, no mês de novembro de 2021, 30 graus de temperatura. O sol queima de cheio, mosquitos em abundância nos acompanham em nosso trajeto desde a cidade de Resistência, Chaco, até a localidade rural de Costa Iné, onde vive um pequeno grupo da Comunidade Qom

Somos um grupo de colaboradores da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) de distintas regiões da Argentina e temos vindo à comunidade para compartilhar com eles alguns alimentos, jogos com as crianças, partilhas, etc.

Ao chegar, um grupo já reunido fora do Centro Comunitário alegrou-se ao nos ver, nós nos alegramos ao vê-los. E neste instante dois mundos distintos se uniram em fraternidade e em um sorriso.

Depois de descer dos carros e nos cumprimentar, Juana Sanchez, a senhora que é uma referência local, nos abençoa em sua língua e nos agradece … nos agradece por não nos esquecermos deles e por voltarmos sempre para visitá-los. Em seu olhar há paz e em sua oração, gratidão sincera. “Sentimos muito forte em nossos corações que, quando trabalhamos a serviço nas comunidades dos povos originários, quão importante

é aprender a ver o mundo que nos rodeia com os olhos puros e pacíficos dos povos nativos, retornamos para casa com esse presente.” (Tabor, colaborador da Rede-Luz Argentina de Buenos Aires)

O passo seguinte da Rede-Luz da Argentina

 Logo após essas visitas, o grupo se reuniu para refletir sobre o alcance da tarefa, o que cada um sentiu, e para pensar juntos sobre as propostas para as próximas visitas. Todas as conclusões do grupo apontam para a ideia de planejar projetos a longo prazo, e não ações apenas assistencialistas, de poder encontrar o caminho e trabalhar junto com essas comunidades para um desenvolvimento sustentável em algumas das áreas de atuação da Fraternidade –  Missões Humanitárias (FFHI).

Vivemos com alegria esse processo de ir descobrindo e aprendendo, passo a passo, a como ajudar e a melhorar nossos vínculos com as comunidades dos povos originários da Argentina.