Ações da Fraternidade – Humanitária (FFHI) para promover meios de vida e erradicação da pobreza aos refugiados venezuelanos
A Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) está alinhada com a Agenda 2030, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), nas várias missões realizadas pelo mundo. A Missão Roraima Humanitária, criada em 2016, em resposta à crise humanitária, que levou milhares de indígenas venezuelanos a cruzarem a fronteira para o Brasil. Atua em parceria com a Operação Acolhida e outras organizações.
A Agenda 2030 consiste em um plano de ação global para “erradicar a pobreza extrema e a fome, oferecer educação de qualidade, proteger o planeta e promover sociedades pacíficas e inclusivas até 2030”. Contempla 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que são interligados, divididos em 169 metas.
Devido à sua complexidade, a Missão Roraima Humanitária tornou-se permanente e a resposta humanitária tem evoluído ao longo destes anos – das ações emergenciais para a busca de soluções duradouras que permitam que esta população encontre caminhos que lhe dê autonomia para refazer suas vidas em terras brasileiras.
Duas iniciativas recentes deram impulso à atuação dos servidores humanitários nesta região. Em 2020, foi criado o Setor Meios de Vida e Soluções Duradouras para desenvolver ações que permitam a integração desta população, promovendo a sua autonomia. Um ano depois, foi criado o Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI).
“Estamos alinhados com os objetivos da ONU, que é erradicar a pobreza por meio de ferramentas, para que as pessoas vulneráveis possam com seus esforços, criar condições para sair da situação de pobreza e atingir seus objetivos”, salienta o gerente do Meios de Vida e Soluções Duradouras da Fraternidade – Humanitária (FFHI), Imer. Ele destaca o serviço prestado pelo CCFI: “Oferecemos capacitações, cursos de idiomas, informática, cursos profissionalizantes, oficinas para desenvolvimento de habilidades e ofícios e preparação para acessar o mercado de trabalho”.
Os atributos e valores que a Fraternidade – Humanitária (FFHI) tenta transmitir em suas ações são norteados pela ética e pela busca da dignidade humana, sem imposição e doutrinação, reforça Imer. “Todos têm potencial, que é inerente ao ser humano, e nós vamos fortalecendo, incentivando as pessoas a desenvolverem estas capacidades e fortalecendo suas virtudes como a determinação, a autoconfiança, a solidariedade, o cooperativismo, a fraternidade para que elas possam se ajudar e seguir adiante na vida e deixarem de estar em um espaço de vulnerabilidade”, conclui.
Frei Thomas, servidor humanitário e assistente de coordenação regional da Missão Roraima fala sobre princípios da Fraternidade – Humanitária (FFHI) e da criação do CCFI: “A Fraternidade – Humanitária (FFHI) entende a humanidade como uma única família humana. Por isso, tem como base os princípios de fraternidade entre os povos, o serviço abnegado ao próximo e a construção de uma cultura planetária de paz”.
E complementa: “O CCFI surge num contexto da migração indígena da Venezuela para o Brasil, onde essa população vive uma condição de muitos níveis de vulnerabilidade: a pobreza, a cultura com muitas especificidades e necessidades próprias, a grande presença de crianças que precisam de acesso à escola e outros serviços, a xenofobia. Assim, o CCFI se constitui num espaço de resposta humanitária voltado para a construção de possibilidades de inserção socioeconômica regional para os indígenas migrantes de diferentes etnias. Todos os projetos buscam valorizar a cultura nativa e ao mesmo tempo trazer o aprendizado necessário para a integração social no mundo moderno. Hoje, o CCFI se transformou num espaço de encontro interétnico já que indígenas brasileiros também buscam os cursos e projetos ali ofertados”.
A origem do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
“Onde homens e mulheres estão condenados a viver em extrema pobreza, direitos humanos são violados. Unir-se para fazer com que sejam respeitados é um dever sagrado”.
A frase é de autoria do padre francês Joseph Wresinski, que reuniu cerca de cem mil pessoas no dia 17 de outubro de 1987 no Adro das Liberdades e dos Direitos Humanos no Trocadéro, em Paris para prestar homenagem às vítimas de extrema pobreza, violência e fome no mundo e alertar sobre o tema. Neste local, foi assinada a Declaração dos Direitos Humanos, em 1948.
O encontro foi um marco e em 1992, a ONU decretou esta data como o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
A partir daí o tema foi se tornando pauta na agenda internacional devido à urgência na conscientização da sociedade e dos governos de todos os países acerca da situação de pobreza extrema e violência que vivem cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo.
Uma das iniciativas mais arrojadas da diplomacia internacional foi o acordo entre os 193 Estados membros da ONU, incluindo o Brasil, que se comprometeram a adotar a Agenda 2030, lançada durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, na Assembleia Geral da ONU, em 2015.