Em 10 de março, foi inaugurado um espaço para a Associação de Migrantes Indígenas Roraimö (AMIR) dentro do Centro Cultural e de Formação Indígena (CCFI), como a primeira manifestação do acordo celebrado em outubro de 2022 entre a AMIR e a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI).
Milly, representante da AMIR, enfatizou a importância do acordo para os povos indígenas: “Ele abrirá as portas para os Pemons e outros povos que estão aqui”. Estas são oportunidades que devemos saber aproveitar, pois têm muito potencial”.
Sobre o escritório contêiner inaugurado, Milly expressa sua alegria porque “Sempre foi nosso objetivo, nós o tínhamos proposto como parceiros da Fraternidade – Federação Humanitária (FFHI)“. A inauguração do escritório é um avanço porque significa ter um espaço para atender os beneficiários da AMIR, e os irmãos e irmãs que chegarem terão um espaço onde poderão se sentir em casa, e onde poderemos oferecer-lhes uma mão amiga”.
“Nossos sonhos e projetos, tais como ‘Música sem Fronteiras’ transformando vidas, formando crianças e jovens para desenvolver seus talentos, já estão em andamento. Também vamos oferecer cursos sobre empreendedorismo, formação com várias oportunidades de trabalho e com profissionais que os levem a encontrar soluções duradouras”, acrescenta Milly.
O acordo estabelece que as duas organizações atuarão conjuntamente na implementação e funcionamento da Escola de Música da Orquestra “Música sem Fronteiras”, no CCFI, bem como na articulação e apoio ao desenvolvimento do projeto de agroecologia da AMIR nas comunidades indígenas Taurepang do município de Pacaraima.
A esse respeito, Ovelio, como integrante do projeto de Agroecologia, Horta e Segurança Alimentar nos diz: “Juntos, podemos melhorar a atenção aos nossos beneficiários, organizar mais o trabalho e dar cursos como panificação, informática, economia familiar, etc., além de ajudar os irmãos que vêm em busca de atendimento médico, para informá-los e acompanhá-los ao hospital de Boa Vista”.
Frei Thomas, na qualidade de assistente da coordenação regional, expressa a importância de compartilhar com a AMIR um espaço que permitirá interações mais adequadas e precisas, pois a proximidade permitirá um canal de diálogo e elaboração conjunta, que é parte da proposta da Fraternidade – Federação Humanitária (FFHI). “O fato de ocupar o mesmo espaço potencializará a integração e a participação direta da AMIR em todas as atividades realizadas em conjunto e desenvolverá uma maior sinergia”, diz ele.
Por sua vez, irmã Maria Raquel, coordenadora regional da Missão Humanitária de Roraima, diz: “Em consonância com a Gestão Geral da Fraternidade – Federação Humanitária (FFHI) e o Comando da Força Tarefa de Logística Humanitária em Boa Vista, ampliamos a parceria com a AMIR, fornecendo-lhes um espaço dentro da sede do CCFI. Desta forma, a AMIR terá novas possibilidades de desenvolver relações institucionais, operativas e sociais, um acesso mais centralizado e contato permanente com outros grupos étnicos que também utilizam o CCFI como referência intercultural e de integração social”.
Para potencializar a autonomia, a inserção cidadã e a geração de oportunidades sustentáveis e criativas, alguns projetos em desenvolvimento terão continuidade em 2023 e outras iniciativas serão lançadas.