Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) realiza capacitação para Cáritas Brasileira

O Setor de Intervenção Capacitação Humanitária, através do Setor de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) da Fraternidade – Missões Humanitárias Internacionais (FMHI), realizou de forma online, no período de 14 de março a 2 de maio, a Capacitação – Gestão de Emergências e Desastres & Normas Humanitárias Esfera para integrantes da Cáritas Brasileira.

Dividida em oito sessões, a formação abordou os principais capítulos do Manual Esfera: Carta Humanitária, Código de Conduta & Princípios de Proteção, Norma Humanitária Essencial, WASH, Segurança Alimentar e Nutrição, Alojamento e Assentamento, Saúde e Esfera em Cenários Urbanos.

Manual Esfera é uma das referências mais acessadas para parametrizar as ações humanitárias, segundo as boas práticas que garantem efetividade e qualidade na reconstrução de vidas afetadas por crises humanitárias que acometem as comunidades ao redor do planeta – seja em catástrofes ambientais, guerras, conflitos étnicos ou crises sociais e econômicas.

 Os documentos contidos neste Manual ajudam os atores humanitários a definir as próprias responsabilidades, elaborar indicadores e métricas de desempenho e fazer a prestação de contas aos doadores, governos, comunidades impactadas, às demais organizações envolvidas no trabalho e também internamente.

Ricardo Treno, focalizador da formação, explica como foram os encontros: “Os conteúdos foram apresentados de forma bastante dinâmica, com amplo tempo para os grupos discutirem e criarem, e optamos por discussões em plenária para não perder nenhum feedback da turma”.

“A troca de experiências e também de práticas, foi muito rica. Além disso, os formadores possuem muito conhecimento e sensibilidade para a temática, o que tornou a formação um ótimo espaço para troca de experiências”, avalia Taynara de Souza Dettmann Adami, 27 anos, assessora nacional da Cáritas. E acrescenta: “Como atuo com emergências humanitárias, o meu objetivo ao participar dessa capacitação foi obter informações e conhecimento que me auxiliem nas atividades diárias da atuação humanitária”.

Clarissa Paiva, 30 anos, bacharela em Direito e assessora nacional da Cáritas, conta que conhecer sobre a estrutura do Manual Esfera e seus respectivos segmentos foi de grande valia para pensar a estrutura holística da abordagem humanitária ao redor do mundo, seja por meio de planejamento e execução de projetos ou de prestação de contas, entre tantos outros ensinamentos que o Manual apresenta.

“Ter a oportunidade de nos familiarizarmos com tais contextos e normas foram momentos únicos, pois pudemos perceber, de modo geral, a dificuldade de se estabelecer diretrizes padronizadas nas atividades desenvolvidas, tanto no terceiro setor como no setor humanitário, no Brasil, para responder demandas emergentes, uma vez que, em muitos momentos, não recebemos informação ou formação adequada, mesmo que se busque profissionalmente atuar neste setor.  Assim, o contato com as Normas Esfera nos possibilitou estar mais capacitados e tranquilos para responder a tais demandas, principalmente as que necessitam de uma maior proteção”, observa Clarissa.

Cáritas no Brasil e no mundo

Fundada em 12 de novembro de 1956, a Cáritas Brasileira é uma das 170 organizações-membro da Cáritas Internacional. É um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que possui uma rede com 187 entidades-membro, 12 regionais e 5 articulações.

A Cáritas Internacional é uma confederação com mais de 170 organizações-membro, presente nos cinco continentes. Tem sua sede em Roma, de onde coordena operações de emergência, propõe políticas para corrigir as desigualdades e defende um mundo justo e solidário.

Desde a fundação, a Cáritas tem a prática de ouvir respeitosamente o sofrimento dos empobrecidos e favorecer a eles ferramentas para transformar suas próprias vidas, a partir dos princípios da dignidade, justiça, solidariedade e Bem Viver.

“O futuro é coletivo”

“As aulas foram muito contempladas por todos/as que participaram. Apesar das interações e da relevância dos conteúdos, o que mais me marcou foi perceber que o futuro é coletivo e que estamos dispostos a nos apoiar sempre que possível. Digo isto porque a realização, de fato, da formação, levou alguns meses de diálogo e preparação de ambas as organizações e, de repente, ver que está tudo fluindo é muito animador e esperançoso”, destaca Clarissa.

“Este momento de atualização também é uma oportunidade de reflexão sobre o nosso lugar no mundo e como podemos seguir utilizando o Manual Esfera como ferramenta para mitigar determinadas demandas”, complementa Clarissa.

Parcerias

Entre os princípios presentes na dinâmica de ação da Rede Cáritas está o de construção coletiva e cooperação solidária, bem como no estabelecimento de pontes de ajuda mútua nos mais variados níveis. Desse modo, ela continua apostando no fortalecimento de redes e articulações colaborativas, princípios também comuns à Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI). Daí a união de esforços das duas organizações em diversas ações, não apenas no Brasil, mas também na Grécia e em Angola.

Sobre coletividade e parcerias, Clarissa comenta: “Deu certo e valeu a pena nos organizarmos. Por isso, reforço mais uma vez a minha gratidão à Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) por ter topado capacitar os agentes da Cáritas Brasileira, que diariamente estão na linha de frente, assim como seus colaboradores, ao buscarem se atualizar e entregar o seu melhor naquilo que se dedicam a realizar”.

“Espero ter novas oportunidades de aprendizagem ao longo do tempo para, sempre que necessário e possível, ressoar positivamente nessa jornada tão desafiadora que é o setor humanitário”, expressa Clarissa.