Capacitações em respostas humanitárias – 2022

O ano de 2022 marcou a atuação da Fraternidade – Missões Humanitárias Internacionais (FMHI) na Europa. Foram realizadas diversas atividades, sobretudo, no campo das capacitações.

Em tempos de demandas por respostas humanitárias cada vez mais crescentes, seja no tocante a catástrofes naturais ou a conflitos, que forçam milhões de pessoas a se deslocarem de seus lares em busca de segurança e condições dignas para viver, a qualificação dos servidores humanitários voluntários é de vital importância para a manutenção da qualidade do serviço prestado.

As capacitações ofertadas pela Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) abrangem diversas áreas como Normas Humanitárias Esfera, Educação em Situações de Emergências e Respostas Humanitárias, Segurança Alimentar e NutricionalGestão de Emergências, Crises Humanitárias, Desastres Ambientais, Prevenção e Autocuidado

Essas formações contribuem para fortalecer e aprimorar os conhecimentos teóricos e práticos dos servidores humanitários, preparando-os para atuarem em diferentes missões e contextos de crise e emergências.

Partilhando Conhecimentos – Teoria e Prática na resposta humanitária

Além das capacitações realizadas pela Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) para o seu público interno como integrantes da Rede-Luz, Monastérios da Ordem Graça Misericórdia, Comunidades-Luz e Núcleos-Luz, também participaram das formações atores humanitários de diversas outras organizações.

A irmã Lisete Gonçalves, da Congregação das Irmãs de Santa Doroteia e componente da equipe diretiva da Escola Superior de Educação Paula Frassinetti, participou de uma capacitação introdutória à Carta Humanitária e Princípios de Proteção, e fala sobre o aprendizado adquirido: “ o curso ajudou a alargar nossos horizontes e nos ajudou a enxergar o potencial que podemos alcançar para ajudar as populações efetivamente. Saindo do campo das ideias e indo à ação concreta”.

Os servidores voluntários da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) também participaram de formações ofertadas por outras organizações que atuam em respostas humanitárias e emergências. Momentos em que todos têm a oportunidade de manterem-se atualizados sobre os principais debates do cenário humanitário na atualidade. Além disso, também é uma oportunidade para fomentar o networking com algumas das organizações com as quais tem perspectiva de atuar diretamente no âmbito das Missões Europa e África.

É o caso, por exemplo, das atividades da Semana de Redes e Parcerias Humanitárias (Humanitarian Network and Partnership Week – HNPW) que aconteceu em formato híbrido, da qual participou o gestor geral, Frei Luciano, e o gestor do Setor de Educação em Emergências, Anderson Santiago, entre outros integrantes da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI).

Anderson relatou que por meio desta participação, em nível institucional, “foi possível perceber pontos em que a organização precisa seguir amadurecendo, sobretudo no quesito da atuação prática, sob a perspectiva dos Setores de Intervenção, além das possibilidades práticas de maior inter-relação de atuação entre os Setores Humanitário, de Desenvolvimento e de Construção de Paz”.

Educação em Situações de Emergência

Setor de Educação em Situações de Emergências e Respostas Humanitárias baseia-se em três linhas de atuação interligadas e a partir de temáticas transversais que trabalham a Educação Orientada à Superação do Trauma, causado por momentos de crise e catástrofes, Educação de Base Comunitária, tendo como princípio a participação ativa das comunidades afetadas e Educação para a Cultura de Paz, com foco no fortalecimento e preparação de adolescentes e jovens para a reconstrução de seus planos de vida.

São muitas as pessoas de várias áreas do conhecimento que se oferecem para o serviço voluntário. A artista plástica Carolina Echeverry Jiménez, de Cali, Colômbia, é uma delas. Ela atua no Grupo de Intervenção Educacional em Respostas Humanitárias e Situações de Emergência da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) e está finalizando a Formação Avançada em Pedagogia de Emergência.

Carolina considera a formação imprescindível para seu trabalho: “Tem sido uma grande oportunidade, pois é uma formação bastante completa, que se baseia na Pedagogia Waldorf e que fornece ferramentas pedagógicas importantes para trabalhar a prevenção do trauma e situações de trauma nas suas fases iniciais”.

Para ela, o curso une sua formação na pedagogia Waldorf, criada pelo filósofo Rudolf Steiner, e sua atuação no serviço humanitário. “Relembrar, reforçar e conhecer o profundo trabalho terapêutico que a arte tem em todas as suas expressões e como ela se torna uma grande ferramenta para libertar-se da dor e trazer esperança para pessoas que vivem em situações extremas”, conclui.

Segurança Alimentar e Nutricional

 Nessa área, a Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) está desenvolvendo o  Projeto de Alimentação e Segurança Alimentar  que estuda a implementação de práticas de autossustentabilidade que visam ao aprimoramento de procedimentos necessários para a geração de produtos que atendam às necessidades das populações mais vulneráveis, por meio do cultivo de hortícolas, produção de alimentos desidratados como sopas e frutas, geleias, sucos e farinha multimistura, podendo ser adaptado para diferentes contextos de crises sociais e humanitárias.

“A equipe de servidores humanitários está expandindo a rede de colaboradores e o escopo da ação para abranger nova gama de produtos e possibilidades de processamento, sempre com o objetivo de suprir necessidades e gerar autonomia através da troca de saberes e capacitações técnicas”, relata Aadrika, servidora humanitária, integrante da Missão Portugal.

Perspectivas para 2023

Para o ano que se aproxima, diversas capacitações e articulações para atuação no cenário da resposta humanitária serão concretizadas.

Em fevereiro, terá início o curso presencial de Educação em Situações de Emergências e Respostas Humanitárias, que será realizado por meio da cooperação entre a Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) e a Escola Superior de Educação Paula Frassinetti (ESEPF), na cidade do Porto, Portugal.

Público-alvo: estudantes, docentes universitários, diretores, coordenadores e professores de escolas, atores humanitários e organizações da sociedade civil.

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Atuação internacional 

O gestor geral da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI)frei Luciano, avalia como construtivo o ano de 2022 para a articulação da organização em nível internacional. Em suas observações, constata que desde a fundação da filiada Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) Genebra, e depois de diversas reuniões, o ambiente humanitário vem acompanhando os movimentos da organização.

O ano de 2022 foi importante para “contatar gestores de agências humanitárias internacionais, bem como suas equipes de programas para parcerias em projetos para o próximo ano”, avalia frei Luciano. O gestor pontua ainda que “Apesar dos países ainda precisarem se reajustar por causa da pandemia, as crises humanitárias se sobrepõem às crises sociais em nível local, demandando que as estratégias sejam mais completas e abrangentes”.

Saiba mais sobre a atuação da Fraternidade – Missões Humanitárias (FMHI) na Europa